No dia 14 de novembro comemoramos o Dia Internacional de Educadores de Zoológicos e Aquários, uma data criada pela Associação Internacional de Educadores de Zoológicos e Aquários (em inglês – International Zoo Educators Association – IZE) para destacar a importância destes profissionais que desenvolvem programas de educação para conservação em diversas instituições espalhadas pelo mundo todo.

A educação para conservação é um processo que tem como objetivo transformar atitudes e comportamentos, despertar emoções, construir conhecimentos e promover o engajamento sobre a conservação da biodiversidade. Os educadores e mediadores são fundamentais neste processo, por criarem estratégias e métodos para reconectar as pessoas com o mundo natural. E, neste contexto, os espaços de educação não formal ou espaços não escolares, são fundamentais para o desenvolvimento destas habilidades e por possibilitarem a conexão de milhões de pessoas que visitam estas instituições.
Mas, o que são espaços de educação não formal? Qual a sua relação com os zoológicos e aquários?
Para compreender a importância e características da educação para conservação em zoológicos e aquários, é essencial identificar as diferenças entre espaços formais e não formais de educação. Diversos pesquisadores apresentam definições que nos ajudam a delimitar as estruturas destes contextos. O espaço formal é caracterizado por uma instituição estruturada e relacionada às Instituições Escolares de Educação Básica e de Ensino Superior. Já a educação não formal apresenta aspectos que contribuem para potencializar as práticas pedagógicas escolares, possuindo maior autonomia e flexibilidade para a definição de conteúdos e ações educativas, aumentando a contextualização do saber científico em espaços, como museus, centros de ciência, aquários, zoológicos ou outros ambientes que apresentem um direcionamento e objetivo definido de suas ações educativas.

Marandino (2001) ressalta que, diferentemente da estrutura proposta em ambientes formais de educação (como as escolas), os espaços não formais (como os zoológicos, aquários e museus) apresentam elementos únicos e propostas educativas que estão amplamente associados à necessidade de tornar acessíveis os conhecimentos científicos para o público visitante e também promovem momentos de contemplação e lazer.
Os zoológicos e aquários modernos apresentam a educação como um de seus pilares institucionais e a compreendem como elemento essencial para alcançar a conservação da vida silvestre, uma vez que tem a possibilidade de conectar e engajar cerca de 700 milhões de visitantes que passam pelas instituições anualmente no mundo todo, de acordo com a Associação Mundial de Aquários e Zoológicos (em inglês, World Association of Zoos and Aquariums – WAZA).

Com a variedade de temas e abordagens que podem ser encontradas nos zoológicos, a problemática da conservação da fauna é discutida para além do ponto de vista biológico, envolvendo aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais. Além disso, estes espaços não são compreendidos como complemento da prática em sala de aula, mas como espaços que apresentam estruturas, diretrizes e objetivos específicos que envolvem a conservação da biodiversidade como tema gerador para despertar a conexão de pessoas com a natureza.
O Departamento de Educação Ambiental do Parque das Aves utiliza como embasamento as diretrizes que são apresentadas pela Associação Internacional de Educadores de Zoológicos e Aquários (IZE), pelo Comitê de Educação da Associação Latino-americana de Zoológicos e Aquários (ALPZA) e Associação Mundial de Zoológicos e Aquários (WAZA), e possui um Programa de Educação para Conservação que tem como objetivo contribuir para a formação crítica e encantamento de pessoas com a conservação da biodiversidade da Mata Atlântica, por meio de experiências que estimulem novos conhecimentos, valores, emoções e engajamento.

O Programa apresenta ações educativas para diversos públicos, como estudantes, adultos, crianças, colaboradores, professores e comunidades de áreas de atuação de projetos de conservação, trazendo abordagens interdisciplinares e embasamento teórico da educação ambiental crítica, e utilizando métodos das ciências sociais para avaliar e aprimorar cada interação educativa.
Os educadores e mediadores ambientais são fundamentais para estabelecer a construção de novos conhecimentos, valores e engajamento no público que visita o Parque das Aves, em Foz do Iguaçu, localizado ao lado das Cataratas brasileiras, cumprindo com a missão institucional de ajudar na conservação de espécies de aves da Mata Atlântica.